A Pastoral da Criança é um
organismo de ação social da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil – CNBB, vinculada à Comissão Episcopal
para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, que tem como objetivo a promoção do desenvolvimento
integral de crianças entre 0 e seis anos de idade em seu ambiente familiar e em
sua comunidade. A sua atuação tem caráter ecumênico, atendendo pessoas de todos
os credos e etnias.
História
Em 1982,
o então Cardeal de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns encontrou
o diretor executivo da UNICEF da época, James Grunt em uma
reunião na Suíça sobre a paz mundial promovida pela ONU.
Grunt sugeriu ao Cardeal uma ação da Igreja Católicabrasileira para reduzir a mortalidade infantil.
A CNBB encampou
a ideia. Para desenvolver tal projeto, D. Paulo convocou sua irmã, a médica
sanitarista Zilda Arns, com o apoio do Dom Geraldo Majella Agnelo, na
épocaArcebispo de Londrina. O trabalho iniciou-se em 1983,
na Paróquia de São João Batista, município de Florestópolis, Arquidiocese de Londrina, no estado do Paraná. Este município foi eleito por apresentar uma alta taxa de mortalidade infantil (127
crianças para cada mil nascidas). Após um ano de atividades, a mortalidade
infantil foi reduzida para 28 crianças para cada mil nascidas.
Diante do sucesso,
no ano seguinte, o trabalho da Pastoral da Criança se expandiu para outras
regiões brasileiras com apoio dos bispos. Atualmente, mais de 260.000
voluntários acompanham o desenvolvimento de quase 1,8 milhões de crianças de 0
a seis anos e quase 94 mil gestantes em 42 mil comunidades pobres, de 4.066
municípios, em todos os estados do país.
A partir do início
de 2008, a Pastoral da Criança passou a ser coordenada pela Irmã
Vera Lúcia Altoé, a primeira sucessora da Dra. Zilda Arns Neumann. Juntamente
com a Irmã Vera Lúcia, um novo Conselho diretor assumiu os trabalhos na
Pastoral da Criança, sendo constituído por Dom Aldo di Cillo Pagotto -
Presidente do Conselho Diretor, Silvio da Rocha Santa'Ana - Tesoureiro do
Conselho Diretor e Ana Ruth Rezende Góes - Secretário do Conselho Diretor.
Expansão das
atividades
Presente em mais
de 40 mil comunidades ligadas a 7 mil paróquias das 272 dioceses e prelazias do Brasil, a Pastoral da Criança já se estende
também a 19 outros países:
§ América Latina e no Caribe: Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai, Uruguai, Peru, Venezuela, Guatemala, Panamá, República Dominicana, Haiti, Honduras e México;
§ África: Angola, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri e Moçambique;
§ Ásia: Filipinas e Timor-Leste.
Ações desenvolvidas
Os voluntários da
pastoral da criança, membros da própria comunidade, acompanham as famílias
assistidas. Procuram orientar sobre seus direitos e deveres, buscando uma
melhor qualidade de vida.
Em relação às gestantes, desenvolvem o acompanhamento do desenvolvimento do
bebê a cada trimestre da gravidez, identificando possíveis
situações de risco à gestação. Consciencializam a gestante, preparando-a para o parto e
os cuidados pós-parto,
informando sobre o aleitamento materno, vacinação e outros cuidados para o desenvolvimento da
criança, além de fornecer apoio psicológico.

Ações
complementares são desenvolvidas no sentido de melhorar as condições das
famílias, como estímulo à alfabetização e escolarização dos
adultos e ações de geração de renda. Além disto, busca-se o controle social das
políticas públicas, atuando junto aos Conselhos Nacional, Estaduais e
Municipais de Saúde, Direitos da
Criança e do Adolescente, segurança alimentar, entre
outros.
Através da REBIDIA - Rede Brasileira de Informação e Documentação sobre a infância e
a adolescência que nasceu em 1996 temos um instrumento a
serviço de todos os interessados na questão da infância e adolescência, com
especial ênfase nos conselheiros e formuladores de políticas públicas,
operadores e gerentes de projetos para o setor, sejam de origem governamental
ou não. Trata-se de um sistema descentralizado de documentação e informação
sobre infância e adolescência, gerenciado pela Pastoral da Criança.
Origem dos recursos
Mais de 70% dos
recursos financeiros que sustentam a Pastoral da Criança são oriundos de verbas
públicas (sobretudo do Ministério da Saúde,
mas também dos cofres de estados e municípios). O percentual restante é fruto
de doações de empresas, doações pessoais intermediadas (nos casos em que
algumas empresas pedem aos seus consumidores doações que posteriormente são
transferidas ao projeto) ou doações pessoais diretas (em que pessoas físicas
depositam algum valor monetário na conta corrente da instituição).
Cabe à CNBB a
gerência dos recursos; porém, de acordo com os relatórios financeiros de 2007,
2008 e 2009, não têm sido feitos aportes em dinheiro por parte da Igreja
Católica ou de qualquer dos seus organismos ao projeto.
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