Oração do Dia:
Visitai vossa vinha, Senhor Deus, e protegei-a de toda
maldade e perigos.Vós, que viveis e reinais para sempre. Amém.
ADVENTO TEMPO DE VIGILÂNCIA
(Pe. Marcelo Rezende Guimarães)
E sc re ve a nos sa l i t u rgi s ta Io ne Bu y s t , em seu l i v ro
Preparando Advento e Natal (Paulinas, São Paulo), p. 13:
“Costumamos dizer que o Ano Litúrgico começa no 1o
domingo do Advento, assim como o ano civil começa em
1o de janeiro. Mas, na verdade, o Ano Litúrgico não tem
começo nem fim. Todo ano comemoram-se duas grandes
festas: Páscoa e Natal. A Páscoa é mais importante que o
Natal. É a maior festa cristã, porque celebra a ressurreição
de Jesus. Ambas as festas são precedidas por um tempo
de preparação”.
“Tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais...” (Alceu
Valença, Anunciação). Esta música popular, cantada por
muitos jovens, pode nos ajudar a entrar no espírito do
tempo do Advento, seguir as pistas dos sinais do Reino e
acolher a presença de um Deus que vem ao nosso encontro.
As antigas comunidades cristãs, quando começaram a
celebrar o Natal, o fizeram, ao mesmo tempo, como o
desdobramento da alegria pascal e como celebração do
início do mistério da salvação. E assim como a festa da
páscoa era preparada por um tempo de jejum e escuta da
Palavra, colocaram também um tempo de preparação antes
da festa do Natal.
A palavra Advento, como tantos outros termos importantes
do cristianismo, foi tirada do vocabulário pagão e significa
chegada ou vinda. Ao longo do tempo, foi assumindo o sentido
tanto do nascimento do Senhor (o Senhor veio!), quanto da
preparação para este evento (o Senhor vem!) e também da
espera da segunda vinda de Cristo (o Senhor virá!).
A liturgia ocidental, nas duas primeiras semanas do Advento,
acentua a espera da segunda vinda de Cristo no final dos
tempos, enquanto nas outras duas semanas coloca a ênfase
na preparação para a solenidade do Natal.
Os cristãos primitivos tinham o costume de esperar a
celebração de cada domingo com uma vigília de oração.
Com isto desejavam expressar uma verdade profunda de
seu modo de viver o cristianismo. Como afirmou Santo
Agostinho em uma destas vigílias: “Para nós, cristãos,
viver não é outra coisa que vigiar. E vigiar é abrir-se à vida”.
No Evangelho, encontramos muitas palavras de Jesus nos
exortando à vigilância. Um dos textos que inspirou muito a
liturgia do Advento é a parábola das virgens sábias, contada
em Mt 25,1-13, com sua imagem das lâmpadas acesas e
seu mandamento de vigiar.
Isto poderia ser vivenciado, por exemplo, retomando a
antiga tradição das vigílias (o Ofício Divino das Comunidades
tem um roteiro muito bom). Mas também poderia ser
feito através da solenização do acendimento da coroa
do advento, como expressão da vontade comunitária de
vigiar. É claro que tudo isto terá um sentido profundo se
dedicarmos um tempo maior para a oração pessoal e escuta
da Palavra de Deus.
Concluindo, citemos de novo Ione Buyst: “A celebração do
Ano Litúrgico é uma forma de a gente lembrar, ao longo da
caminhada, a presença dinâmica de Deus em meio a seu
povo. E, lembrando, unimo-nos e nos comprometemos com
ele. Celebrando a Páscoa de Jesus, fazemos hoje, nele, a
nossa Páscoa. Celebrando o Natal de Jesus, fazemos hoje,
nele, o nosso Natal. Celebrando o Advento... de Jesus, ele
se manifesta a nós e nos faz caminhar mais depressa em
direção ao Reino. Foi por isso que o papa Paulo VI disse
que a celebração do Ano Litúrgico não é só recordação
de um fato passado, mas ‘goza de de força sacramental e
especial eficácia para alimentar a vida cristã’” (ibid., p. 14)
Nenhum comentário:
Postar um comentário